segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O tesouro

Em uma cidadela qualquer habitava uma pequena família formada por três filhos sendo ele um rapaz mais velho, uma garota jovem e o menino mais novo e, junto a eles, morava sua mãe que cuidava da melhor maneira possível.
O rapaz mais velho com seus 16 anos de idade caminhava por sobre o jardim de sua casa, cavando buracos e procurando algo que nem sabia o que era. A garota com 12 anos passeava com suas amigas nas redondezas falando sobre roupas e garotos, ora se isso já é idade. Já o mais novo, nove anos, brinca com seus amigos imaginários. A mãe, desempregada, tenta achar maneiras de sustentar os seus filhos.

Ora, caro leitor, você pode se perguntar, mas e o pai? Morreu? Fugiu? Porque não conta de uma vez? Pois bem, não me force. O pai, um canalha qualquer, conhecera uma moça e fora se aventurar. E foi numa dessas aventuras que a morte lhe apareceu e o carregou para o infinito, um lugar que nenhum de nós conheceu, por enquanto. Era com ajuda de vizinhos e amigos que a mãe, lamentando-se por viver daquela maneira, sustentava seus filhos. Muita das vezes deixava de mastigar migalhas para que seus filhos aproveitassem de banquetes.
Foi na caminhada pelo jardim que o rapaz mais velho encontrou, soterrado sobre a terra um baú que era fechado por um grande cadeado. Os olhos do garoto brilharam como se fossem duas estrelas vistas dos olhos de uma mulher apaixonada. “Ninguém vai me acreditar, vou achar que estou louco ou que sou uma criança”. Pensara. É por essas idades que os garotos que acabaram de sair dos seios de suas mães acham que já estão um passo da liberdade e qualquer besteirinha vão chamá-lo de criança, o que não é mentira.

Então, o rapaz mais velho escondeu o baú que encontrara um pouco mais distante e fizera, para que não se esquecesse, um mapa. Havia, então, um mapa do tesouro como se vê em filmes. Apesar de serem em poucos membros, a família não conversava, trocavam poucas palavras, coisas necessárias e se recolhiam a si. O olhar de dentro é deprimente. Só se vê o vazio e um barulho de gotas batendo no oco. A fome fora apertando, a vontade de saciar aquilo que move os homens era incalculável. Vendo que sua mãe já se desesperara, foi consolá-la.
- Mãe, porque está chorando?
- Filho, vem cá, meu grande homem. – e a sua mãe o abraçou deixando que as lágrimas caíssem por sobre ele. – É mais do que preciso a sua ajuda. Eu não tenho mais o que dar de comer a seus irmãos.
- Mãe, tenho que lhe contar uma coisa. – disse levantando os olhos e tocando os da mãe. Percebera que o vazio dentro dele, o qual sempre via, também habitava os olhos de sua mãe.
- O que meu pequeno?

- Eu achei um tesouro. Você pode pensar que eu esteja mentindo ou até mesmo brincando, mas é verdade, eu achei, tenho até um mapa. Eu o escondi porque fiquei com medo que rissem de mim. – o medo do riso.

- E onde está?

Então o rapaz levou a mãe até o baú. Desenterram-no e o abriram. Os olhos da mãe deixaram correr uma lágrima sobre a verdade que via.
No fundo do baú, um papel habitava. O rapaz o abriu e leu. “Nada é mais valioso do que o amor. Não aquele que se tem de casal para casal, mas aquele que é recíproco. Quando se tem amor, todas as coisas são mais fáceis de conquistar. Ame a quem te ama”.
Os dois se abraçaram e deixaram que as lágrimas e as batidas do coração se unissem. A partir desse dia a família percebeu que perderam o afeto um pelo outro. Então, ao invés de serem preenchidos por vento e órgãos. Completaram o tanque de suas vidas com amor verdadeiro.

Texto escrito por Higor Matos

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